sexta-feira, 12 de junho de 2009

Quem nunca sentiu dor?



A dor é uma sensação desagradável que indica um problema orgânico ou a possibilidade de uma lesão do corpo. A dor se inicia em terminais nervosos específicos para perceber a dor, distribuídos por todo o corpo. Esses receptores da dor transmitem as mensagens sob a forma de impulsos elétricos ao longo dos nervos até a medula espinhal e, em seguida, ao cérebro. Algumas vezes, o sinal desencadeia uma resposta reflexa ao chegar à medula espinhal. Quando isto ocorre, um sinal é imediatamente reenviado ao longo de nervos motores até o local original da dor, desencadeando a contração muscular.


Um exemplo de resposta reflexa é a reação imediata de afastamento quando tocamos inadvertidamente alguma coisa muito quente. O sinal da dor é também transmitido ao cérebro. Somente quando o cérebro processa o sinal e o interpreta como dor, o indivíduo passa a ter uma percepção consciente da mesma. Os receptores da dor e suas vias nervosas diferem nas diferentes partes do corpo.
Por essa razão, a sensação da dor varia de acordo com o tipo e a localização da lesão. Por exemplo, a quantidade de receptores da dor na pele é enorme e eles são capazes de transmitir informações precisas como, por exemplo, a localização de uma lesão e se a dor é aguda (p.ex., ferimento causado por uma arma branca) ou surda (p.ex., causada pela pressão, calor ou frio). Em contraste, os sinais da dor procedentes dos intestinos são limitados e imprecisos. O intestino pode ser pinçado, cortado ou queimado sem produzir um sinal doloroso. Entretanto, a distensão e a pressão podem causar dores intestinais muito intensas, mesmo quando sua causa for relativamente inofensiva como, por exemplo, a retenção de uma bolha de gás. O cérebro não consegue identificar a origem precisa da dor intestinal, que é de difícil localização e pode ser sentida sobre uma grande área. A dor sentida em algumas áreas do corpo pode não refletir acuradamente a localização do problema, porque pode tratar-se de uma dor referida, isto é, originária de um outro local.
A dor referida ocorre porque sinais de várias áreas do corpo freqüentemente são transmitidos pelas mesmas vias nervosas que vão à medula espinhal e ao cérebro. Por exemplo, a dor de um infarto do miocárdio pode ser sentida no pescoço, na mandíbula, nos membros superiores ou no abdômen, e a dor causada por um problema da vesícula biliar pode ser sentida no ombro. A tolerância à dor varia enormemente de um indivíduo a outro.


Um indivíduo pode considerar a dor de um pequeno corte ou de uma escoriação intolerável, enquanto outro pode tolerar um acidente maior ou um corte com uma faca com muito pouca queixa. A capacidade de suportar a dor varia de acordo com o humor, a personalidade e as circunstâncias. Em um momento de excitação durante uma competição atlética, o atleta muitas vezes não percebe uma contusão grave, mas poderá perceber a dor após a partida, sobretudo se a sua equipe tiver perdido. A percepção da dor pode inclusive mudar com a idade. À medida que os indivíduos envelhecem, eles queixam-se menos da dor, talvez porque as alterações do organismo reduzem a sensibilidade à dor ou, simplesmente, porque se tornam mais estóicas que os indivíduos mais jovens.

Fonte:Enfermagem Comentada

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